Que do meu caos nasçam flores | Débora Aliano
- Débora Aliano
- May 29, 2018
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O caos interno
Vivemos neste momento um período que muitos chamam de caos. Tudo vem à tona com mais rapidez, manifestações já não surgem pra grande massa apenas bater panela ou desfilar com a camisa da seleção brasileira por aí. Hoje a greve entra dentro do nosso dia a dia, escancarando a necessidade de reflexão dos movimentos político e sociais. Vimos a escassez nos mercados e a falta de gasolina e percebemos o medo e a escuridão que surgem fácil em qualquer brecha. Muitos estão assustados com esse turbilhão, mas o que assusta - no íntimo - não é o receio da escassez, mas saber que o ser humano tem o potencial para criar esse caos tão temido. Ter consciência que somos responsáveis por tudo que nos cerca é libertador; porém, como tudo nesta dimensão da dualidade, encarar esta constatação pode dar vontade de simplesmente mudar de assunto e fingir que é tudo culpa do “sistema”.

Olhando mais internamente, vemos que a dualidade deste nível de consciência é representada em cada um pela luz e pelo caos interno do ser humano. Como um fractal, este caos interno pode ser representado exteriormente pelos nossos pensamentos e ações (conscientes ou inconscientes). Sabe-se atualmente que esses mesmos pensamentos, em cada milissegundo, influenciam diretamente através da epigenética na expressão ou supressão de genes, que nos foram transmitidos por nossos ancestrais através do epigenoma. Na vida intraútero, e até antes durante a concepção, há influência da consciência dos pais sobre a formação do novo ser.
Ouvi recentemente a reflexão de que só poderemos viver em uma civilização quando conseguirmos equilibrar a arte, a espiritualidade e a ciência. Quando uma destas está sendo subvalorizada, há um desequilíbrio na sociedade como um todo. Que possamos observar o caos externo como uma representação das sombras internas, criando consciência da potencialidade do ser humano e transmutando o caos em luz.
Débora Aliano Médica do Instituto Sarana
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